Este livro-reportagem é resultado de trabalho universitário e tem o propósito de dar um novo enfo-que à figura de Luis Galves Rodrigues de Arias, espanhol e jornalista que veio para o Brasil no ano de 1897 e aqui contribuiu firmemente para a criação do Estado do Acre. Foi ele quem expulsou os bolivianos do Brasil e fundou o Estado Independente do Acre em 1899.Esse personagem polêmico, tratado injustamente pelos historia-dores brasileiros com desdém, como um fanfarrão, jogador, mulherengo e, finalmente, aventureiro, pode ter sido um espião qualificado dada a sua estratégia de se infiltrar nas hostes políticas, empresariais e na imprensa para denunciar o plano que envolveu os Estados Unidos da América, a Ingla-terra e a Bolívia contra o Brasil. Foi por meio de uma matéria publicada no Jornal A Província do Pará, atribuída a Galves, que a sociedade brasileira e o mundo ficaram sabendo do que ficou conhecido como o Bolivian Syndicate. Esse tratado espúrio, urdido pela Bolívia, dava aos dois países envolvidos o direito de controle sobre a navegação dos rios da Amazônia e, para isso, usariam até mesmo de força coercitiva militar. Não fosse a intervenção firme do Barão do Rio Branco, chanceler naquela quadra, que desfez o negócio tendo pagado aos sócios do Bolivian Syndicate uma fortuna, o Acre, hoje, talvez não fizesse parte do mapa do Brasil. Em 1903 foi assinado o Tratado de Petrópolis pondo um ponto final ao imbróglio. Não há sinais de onde Galves esteja sepultado. Há hipótese de ter sido assassinado aqui mesmo no Brasil por forças do governo. Porém, Plácido de Castro, cidadão gaúcho que veio depois, é quem faz parte do Panteão dos heróis brasileiros. Castro foi assassinado e seu túmulo está no cemitério da Santa Casa de Misericórdia, em Porto Alegre-RS, enquanto o de Luis Galves precisa ser encontrado.