O Instituto Moreira Salles lança o livro Marcel Gautherot - Norte, com 72 fotografias do fotógrafo francês feitas na Amazônia brasileira entre os anos 1940 e 1970 e texto de apresentação de Milton Hatoum e Samuel Titan Jr. Em 1939, quando chegou ao Brasil pela primeira vez, o parisiense Marcel Gautherot (1910-1996) queria subir e fotografar todo o curso do rio Amazonas. A viagem não foi muito longe, interrompida pela Segunda Guerra Mundial a mesma guerra que, um ano depois, obrigará o jovem fotógrafo a se radicar no Brasil, seu país de adoção até o fim da vida. No curso das três décadas seguintes, Gautherot voltou repetidamente à Amazônia, fascinado pela paisagem vasta, instável e anfíbia, que desafiava seu olhar europeu e o convidava a uma verdadeira aventura da sensibilidade. O resultado é uma vasta produção de imagens, em que Gautherot a um só tempo trava contato com a nova paisagem brasileira e reflete sobre sua própria memória pictórica ocidental. Ao fazê-lo, Gautherot deixa para trás as fronteiras entre os gêneros fotográficos e cria uma nova síntese de retrato e paisagem, documento e abstração, forma e caos.De sua formação em arquitetura, Marcel Gautherot derivou um sentido refinado da composição, do equilíbrio de linhas e volumes, em imagens elas mesmas rigorosamente tabuladas. No entanto, diante da floresta amazônica, ele se viu obrigado a negociar e, mais que isso, foi se deixando contaminar pela indistinção e pela instabilidade tropical. Em vez de tomar ou simular distância, o fotógrafo foi no sentido contrário e flertou, à sua maneira discreta, com o caos. Em "Norte", o romancista Milton Hatoum e o crítico literário Samuel Titan Jr. Iluminam o outro lado da ligação de Gautherot com o Brasil: seu amor pela natureza amazônica.De sua formação em arquitetura, Marcel Gautherot derivou um sentido refinado da composição, do equilíbrio de linhas e volumes, em imagens elas mesmas rigorosamente tabuladas. No entanto, diante da floresta amazônica, ele se viu obrigado a negociar e, mais que isso, foi se deixando contaminar pela indistinção e pela instabilidade tropical. Em vez de tomar ou simular distância, o fotógrafo foi no sentido contrário e flertou, à sua maneira discreta, com o caos. Em "Norte", o romancista Milton Hatoum e o crítico literário Samuel Titan Jr. Iluminam o outro lado da ligação de Gautherot com o Brasil: seu amor pela natureza amazônica.