A primeira versão desse livro foi escrita em 1973, logo após a luta pelos direitos civis e a rápida criação de currículos de Estudos Afro-Americanos e Negros nas universidades dos Estados Unidos. Os autores, os antropólogos norte-americanos Sidney W. Mintz e Richard Price, acrescentam uma voz comedida ao debate sobre as raízes da cultura afro-americana. Ao explorar os vínculos culturais entre africanos e afro-americanos, eles argumentam que não houve nenhuma cultura isolada que os africanos escravizados tenham transportado intacta para as Américas. Sugerem, antes, que escravos africanos de muitas sociedades começaram a forjar uma nova cultura já durante o pesadelo da travessia oceânica, a partir de uma compreensão comum e de crises compartilhadas, e que essa cultura tinha instituições, crenças religiosas e papéis de parentescos distintos. Essa visão instigante das fontes da vitalidade cultural, durante uma das experiências mais traumáticas da história, abre uma nova perspectiva sobre o passado afro-americano.