O pai de Pedro era vereador numa cidade pequena. Cassado por corrupção, é obrigado a mudar de Estado e começar vida nova. A contragosto, Pedro o acompanha, deixando os amigos e a namorada. Só que, aquilo que para o garoto parecia o inferno na Terra - uma convivência forçada com o pai, com quem não se dava e de quem se afastara havia anos - se transforma num reencontro. De um lado, o pai, sinceramente arrependido e decidido a mudar; de outro, Pedro, que reconhece, ao final, que o pai lhe deixa uma bela lição sobre a arte de viver. Palavra do autor: "É uma questão universal, por mais idade que a gente tenha, e mesmo que não se tenha mais o pai presente, no fundo seremos sempre aquele garotinho diante do pai; é um referencial, uma figura muito importante. Entender essa relação é fundamental tanto para pai quanto para filho, basta ver a quantidade de conflitos que dela resultam. Isso me interessa como escritor, médico, cidadão e pai", conta Moacyr Scliar.