E lá, no beco do impossível, lugar para onde o poeta e a análise nos conduzem, nos estende generosamente a mão oferecendo um delicado alento, sempre discreto, não óbvio, mas muito real e doce. Um alento possível para quem já beijou lenta e profundamente o trágico… e olhou-o fixamente bem de perto e lá ficou. Sem medo, em estado de pura aceitação. Obrigada, precioso autor, por ser um Dom Quixote nos campos de batalha das fronteiras sem corpo e dos corpos sedentos por uma inscrição. Obrigada por ofertar seu corpo onírico desnudo para acalmarmos as buscas por nós mesmos. Tal qual o analista que empresta seu ser, seu vazio, o autor nos oferta esse delicado campo poético, mérito dos grandes, que se permitem escrever como quem nada sabe. E como disse o carteiro, dirigindo-se a Pablo Neruda no filme o carteiro e o poeta: “A poesia não é de quem escreve, mas de quem precisa dela.