As imagens clicadas e trabalhadas pelo autor Mário Furtado Fontanive, em Dentro do oco, surpreendem pela diversidade e atiçam a curiosidade, pois não há informação sobre os locais fotografados. Os poemas também trazem este poder de provocar a imaginação, ignorando o limite do conforto das práticas cotidianas do uso da palavra. Há uma ligação aberta entre imagem e texto, assim como os gestos e as mãos estão ligados à palavra. Segundo o autor, a palavra é um lugar onde as memórias das ações são guardadas e confrontadas. Na medida em que a palavra abre seu caminho através dos lábios, ritmos e densidades podem contaminar o signo. E arrisca uma reflexão: A poesia talvez seja isso: uma palavra contaminada.