O livro descreve como os modos de morrer são engendrados sócio-historicamente com os modos de viver e apresenta resultados de três investigações empíricas sobre morte, perda e luto. Os autores explanam como mudanças na socialização e na urbanização fazem com que o lugar da morte e dos mortos seja transferido da ritualização em praças públicas, igrejas e lares, para a institucionalização em hospitais, funerárias e cemitérios; e discutem como as ciências da saúde desenvolvem terapêuticas voltadas à luta pela vida a todo custo, fazendo com que perda e luto sejam vistos como fracasso e patologia. Esta obra alerta para a necessidade de ressignificação dos papéis de especialistas em saúde, moribundos e familiares na condução da experiência da perda e luto. A revisão do paradigma organicista em vigor parece, aos autores, essencial ao reexame das antinomias saúde versus doença, indivíduo versus sociedade e à ressocialização da morte como experiência de vida.