O coração se dilata, falha, pulsa, enumera. Pronto, se sintoniza, se oferece, se conecta em espírito. É simbólico, vira o mundo de cabeça para baixo, diz que sim, está e se sincroniza em corpo, faz-se ouvir. Às vezes tem muito peso, é quente, insiste, chama atenção, é andrógino e reanimado como o sexo. Neste quinto livro, Conrado é um poeta maldito. Sobrevivente do que sobrou e do que se tornou o Brasil. É na ruína de um banheiro de rodoviária em Nova Friburgo que o poeta percebe o telefone do casal que quer transar a três, apelos de suicidas escritos na parede, a sujeira e o odor que contorna todos os poemas. A baratinha imunda que caminha entre a parede de um box e a louça que um dia foi branca, que esqueceram de dar descarga, quase que imperceptível, mas está ali, se chama Bolsonaro, rasteja, peçonhenta e parasitária. Sem dúvidas, seria um sinônimo de asco em referência ao tão citado Augusto dos Anjos. O repertório do poeta friburguense atiça o leitor com suas referências do (...)