Fiquei muito feliz com o convite para escrever o prefácio do Manuscrito de Luis Fernando. Um livro que traz a sensibilidade do autor, em cada detalhe, tocando a alma do leitor com questões sobre a vida, o tempo e a morte. Luis Fernando consegue transmitir sua fé na vida através da persistência das memórias de Keza Djambo atravessando o tempo. Keza poderia ter permanecido marcado apenas pela violência, mas o que ficou registrado transgeracionalmente foi seu desejo de viver. Vida cujo sentido era o de reencontrar suas filhas em algum ponto temporal. Assim, a herança de Keza foi o amor e a fé, testemunhados pelo Manuscrito. Tamanho amor que entrelaçou mais dois destinos e é capaz de fazer com que o leitor encontre novos sentidos para o que chamamos de viver. O Manuscrito nos traz uma dimensão da vida que não é puro acaso. Aponta-nos a necessidade de escrevermos nossa própria história, respeitando nossos antepassados e nossos sucessores. O Manuscrito coloca o tempo como parceiro do sentido. Tudo isso numa experiência fantástica de diversidade cultural em que apenas Luis Fernando, com sua capacidade de se colocar no lugar do outro, conseguiria mesmo mergulhar. Eu recomendo a todos esse mergulho na alma humana! Fernanda Montes