Ao receber de Tania Moura e Marinaide Freitas os manuscritos digitalizados dos artigos reunidos nessa coletânea, tive a certeza de que o conjunto da obra não só documenta trajetórias de pesquisas singulares, mas, adensados compromissos político-epistemológicos movidos pela paixão compartilhada por um consolidado grupo de pesquisa que há muito se dedica a ampliar as possibilidades teórico/práticas da Educação de Jovens e Adultos. Para além de elevar o status de cientificidade da Educação de Jovens e Adultos, os professores-pesquisadores socializam, não apenas, o conjunto das produções circunstanciadas pelos respectivos objetos, mas promovem um convite ao pensamento sobre a EJA no sentido de rompermos com a tradição de ser ela um lugar da "margem" ou parte da realidade social/educacional para a qual poucos se arriscam a alcançar e conhecer. Movidos pelos dilemas com os quais se defrontam em suas práticas cotidianas com a pesquisa, os autores não inventariam simplesmente os problemas da EJA. Ao contrário, sem negligenciarem a crítica, apresentam pistas e alternativas que rompem com o sentido da banalização da menoridade da Educação de Jovens e Adultos. Assim fazendo, os professores-pesquisadores, de forma academicamente generosa, nos oferecem possibilidades para ampliarmos as leituras críticas sobre a EJA, promovendo um fértil diálogo que torna o livro inspirador de outras práticas pensadas, outros olhares, outros sentidos produzidos por aqueles e aquelas que buscam transformar a EJA para além daquilo que ela está sendo, em outras palavras, para o que ela pode vir a ser. O livro é um sensível convite para todos nós, professores e pesquisadores, leitores interessados em compreender e complexificar os processos educativos escolares e os processos políticos, históricos e culturais que tensionam a EJA. Um convite que se nutre pelo diálogo entre os autores, cujas vozes buscam outras vozes para partilhar o pensar/praticar uma Educação de Jovens e Adultos mais generosa para todos que a buscam.