No próximo dia 18 de outubro, o mais brasileiro dos pintores modernistas do século XX, Emiliano Di Cavalcanti será homenageado pela Pinakotheke com o lançamento de Di Cavalcanti (1897-1976). O livro apresenta ao público as múltiplas facetas do artista que, além de pintor, foi designer de jóias, desenhista, ilustrador e poeta. Estão reproduzidas cerca de 70 pinturas, desenhos e jóias das maiores coleções particulares brasileiras. Também será possível observar uma coletânea de fotografias, cartas, documentos, ilustrações e caricaturas pertencentes aos Arquivos Implacáveis de João Conde e da família do artista. O livro, bilíngüe, português-inglês, possui cronologia ilustrada, textos de Ferreira Gullar, José Mindlin, Cláudio Valério Teixeira e Max Perlingeiro. Amigo de políticos e operários, diplomatas e malandros, intelectuais e analfabetos, senhoras grã-finas e mulheres de gafieira, Di Cavalcanti refletiu toda essa diversidade nas suas obras. Dentre as selecionadas cabe destacar O Nascimento de Vênus, pintada em 1940 na fazenda de sua amiga Tarsila do Amaral, onde Di Cavalcanti se refugiou logo que chegou da Europa; e uma natureza morta pintada no seu ateliê em São Paulo, em 1945, tendo a arquitetura paulistana como pano de fundo. A obra de Di Cavalcanti é um mergulho na identidade e na realidade social brasileira. Reuni-la em uma exposição e em um livro é resgatar um dos momentos mais marcantes da nossa cultura e reviver a história de um Brasil de folclore, latinidade e miscigenação, declara Max Perlingeiro.