Este estudo que ora se descortina, para um amplo espectro de leitores, traduz a trajetória de nove mulheres brasileiras que saíram de Goiânia, rumo à Portugal e Espanha motivadas por melhoria de condições sociais, sonhos e aspirações diversas. A trajetória narrada por cada uma delas demonstra a precarização das relações de trabalho e a desproteção social vivenciadas no Brasil e nos países destino. Sofreram pelo machismo, o racismo e outras formas de estigmas, preconceitos e xenofobia em diferentes fases de suas vidas, seja no Brasil ou na Conexão Ibérica. Deve-se considerar a questão do preconceito contra a mulher, que ocorre em âmbito transnacional, e está relacionado à sua condição de gênero, de raça, de orientação sexual, de origem étnica e social, de sua procedência territorial e faixa etária, o que aprofunda as desigualdades sociais e dificulta a sua inserção no mundo do trabalho, o que caracteriza o tráfico de mulheres como uma construção social.