Os casos vão surgindo. Novos sustos. O jeito de contar é moderno e gostoso. Nada de muito descritivo. Através de diálogos, os fatos são mais trepidantes, prendem a atenção, conduzem o leitor ao final de cada história premido por ansiedade. E aí vem outro susto. O conto acabou. Porque tão rápido? Terminado um conto, não dá vontade de fechar o livro. Passa-se ao seguinte com a mesma voracidade. O sotaque é nordestino. A criatividade também. Mesmo nos casos passados em cidades do Sul, como as aventuras em ônibus do Rio de Janeiro, os solavancos da linguagem são do Nordeste. Palavrões, engraçadíssimas, algumas chocantes, mas tudo situações narrado com a musicalidade dos agrestes. Poeta é poeta. Não se livra do ritmo e da beleza das origens. Por isso, em qualquer dos contos deste livro, não importa o assunto, a forma escrita tem fundo musical. A gente parece ouvir zabumba babassuê e os atabaques do catimbó. E fica enfeitiçado." (do prefácio)