São muitas violências contidas no interior do texto e dos personagens. Violências que vez ou outra se incontêm e extravasam nas ações, nos gestos. Mas, interessante, a linguagem do autor não é desbragada, não está com uma faca na mão rasgando o tecido dos textos. Ela tem um ritmo e esse ritmo é elegante, sopesado, sem a flacidez dos excessos. De quem conta com calma e domínio o desconcerto dos mundos que desfilam ao longo das peças aqui apresentadas. É esse ritmo que me fez ouvir sons de violino enquanto personagens se batem e se debatem, uma vez que os conflitos se dão ora com o outro, ora no interior do próprio sujeito, também ele habitado por fantasmas outros. (Feche os olhos que eu conto uma história para afastar a mão do fantasma, diz o início de A rainha infeliz. Curiosamente, no entanto, faz vivê-los, trá-los à tona há quem diga que verbalizar fantasmas é forma de dispersá-los. Cada leitor, singular como é, que o confirme ou conteste).