Nesta narrativa autobiográfica, Amós Oz faz da sua história pessoal (o destino trágico da mãe e a procura de um novo eu para um menino) matéria privilegiada para a evocação dos caminhos de Israel, da diáspora à fundação de uma língua e de uma nação.Entre a autobiografia e o romance, "De Amor e Trevas" é a extraordinária recriação dos caminhos percorridos por Israel no século XX - da diáspora à fundação de uma nação e de uma língua - o hebraico moderno. É também uma reflexão sobre a história do sionismo e a criação de Israel como necessidade histórica de um povo confrontado com a ameaça de extinção. O livro extrai sua grandeza da simplicidade de um gesto narrativo, que faz do olhar de um menino o fio condutor de uma história vigorosa e bela - a constituição da identidade de dois sujeitos, um garoto e uma nação. Essa confluência é sintetizada em cenas que marcaram a memória do escritor, como a da multidão que ouve pelo rádio, numa praça de Jerusalém, a votação da ONU que determinou a criação do Estado de Israel.