Para suavizar o cansaço respirou fundo, deduzindo que além das paredes, alguns pedaços azuis não estavam encobertos pelas instáveis nuvens paulistanas. Pareceu-lhe então que atrás de uma janela da Rua Escócia, Julie London continuava a cantar Cry Me a River, mas eram apenas lembranças sonoras, ecos antigos armazenados em seu cérebro. Um automóvel sem escapamento quebrou o silêncio, deixando um rastro irritante. Depois a chuva voltou a cair e o tempo fechou, induzindo-o a mergulhar mais uma vez nos obscuros porões de seus abismos.