Ao me deparar com os originais deste belo livro, de imediato me veio à lembrança um dos estudos mais completos sobre as Priapeias grega e latina, do professor João Angelo, o Falo no Jardim (Ateliê Cultural, 2006). Em meio a textos e fotografias com pinturas e esculturas da Antiguidade, encontram-se também lá poemas de outras épocas, como o de Gregório de Matos (pp. 333-7) que,respondendo a “umas freiras” sobre a definição de Priapo, diz: “Quem seu preço não entende\/ não dará por ele nada;\/ é como cobra enroscada,\/ que em aquecendo se estende:\/ é círio, quando se acende,\/ é relógio, que não mente,\/ é pepino de semente,\/ tem cano como funil,\/ é pau para tamboril,\/ bate os couros lindamente.”A ideia de que o sexo é puramente divertido pode ria valer para todas as civilizações, mas é sempre arriscado dizer. Sobre os tupis brasileiros, alguns cronistas do passado afirmaram ser o grande assunto das rodas de fogueira à noite, e que todos riam muito.