Esta obra auxilia-nos (mesmo aqueles que não estão interessados em educação/educação física) a entender o tempo presente e produz a sensação, sempre apreciável em um livro, que ao final saímos enriquecidos. Só por isso a leitura deste livro já se justificaria. Mas considero que sua maior contribuição é o fato de ele trazer para o debate no campo da educação (física) um autor da relevância de Zygmunt Bauman, do qual podemos discordar, mas não mais ignorar. Por fim, brincando com o prefixo ‘pós’, poderíamos afirmar que estamos diante de um livro pós-dogmatismo, pós-maniqueísmo, pós-sectarismo e, justamente por isso, profundamente crítico (logo, não pós-crítico), pois reconhece, com o autor estudado, o caráter ambíguo da nossa realidade, e provoca-nos a lidar com essa ambigüidade sem a esperança de um resultado definitivo, desafiando-nos a lidar com as incertezas e dúvidas da modernidade líquida que atravessa nossas práticas pedagógicas. Na trilha da lição freudiana, não nos livramos do mal-estar, mas a leitura deste livro ajuda-nos a lidar com ele sem nos desesperar, o que, nestes tempos bicudos, não me parece pouca coisa.