O conceito de Pré-modernismo na historiografia literária brasileira conceito muito mais histórico ou sociológico que estético é um dos mais vagos, dos menos completamente definidos entre os muitos que acompanharam o desenrolar das escolas literárias entre nós, da época colonial até a nossa contemporaneidade. Trata-se, na verdade, de um conceito negativo, que só se pode definir pela negação, referindo-se àquilo que, sem ser ainda modernista, já não seria mais exatamente parnasiano ou simbolista. Tasso da Silveira que, aliás, se encontra entre os poetas desta antologia preferia usar a palavra Sincretismo para definir o período, palavra talvez mais exata, mas que não alcançou a fortuna geral da outra. As duas primeiras décadas do século XX, de fato, assistiram a uma coexistência entre os frutos finais do Simbolismo e do Parnasianismo, o surgimento de seus epígonos e o pressentimento de novas tendências que estavam no ar. O que não se pode negar, de maneira alguma, é a qualidade e a variedade dos poetas compreendidos nesse período. Nascidos todos num momento de transição, quase atropelados alguns pela vitória estética e social tão retumbante quanto limitadora do movimento modernista, ressurgidos alguns, anos mais tarde, triunfalmente por ação da crítica, do público ou de ambos,esquecidos outros, muito esquecidos alguns, ei-los todos reunidos nesta antologia, para a fruição do leitor e para uma apreciação mais larga do fenômeno poético no Brasil.