Neste livro, Santuza Naves mostra que a nossa música popular concretiza, em grande medida, o ideal modernista de despojamento. Compositores como Noel Rosa e Lamartine Babo levaram às últimas conseqüências o culto da simplicidade, adotando um tom mais coloquial e desenvolvendo uma estética lírica que recorre à paródia e à ironia. Analisando não só as estruturas musicais, mas também os arranjos orquestrais e os estilos de interpretação do período modernista, esse estudo mostra ainda que, na maioria das vezes, a idéia de uma linguagem associada ao cotidiano da gente simples - feirantes, prostitutas, a população dos morros - conciliava-se com o sublime e o tradicional