A releitura dos anos sessenta feita por esta obra, só não é mais importante do que a releitura que ela faz do movimento tropicalista, do que o questionamento a que submete a verdade tropical e outras verdades cristalizadas sobre este importante momento da cultura brasileira. Fazendo emergir figuras malditas e mal vistas como José Agripino de Paula, Tom Zé, Jmard Muniz de Brito e o próprio Torquato Neto, ele nos possibilita enxergar a tropicália como um movimento não só mais amplo e plural, como heterogêneo e fragmentado. O tropicalismo, neste livro, aparece não como uma constelação de estrelas de diferentes grandeza, mas como uma nebulosa, onde se pode divisar a formação e o desaparecimento de diferentes astros, alguns meteóricos, alguns simples estrelas cadentes, outros fugidios cometas ou zelações que desaparecem na escuridão ou explodirem colorido no céu dos cinco sentidos, precipitando-se no abismo.