Após a trágica morte de um amigo, Escobar, o narrador que dá nome ao primeiro romance do jornalista Márwio Câmara, resolve escrever alguns fatos que marcaram seus últimos meses. Dentro desse processo de expurgação terapêutica, o professor de Literatura revive uma série de questões de seio amoroso, sexual e familiar, que perscrutará toda a engenharia labiríntica da trama. Dividido em cenas, o romance apresenta enredo fragmentado, que, em alguns momentos, soa como um misto de diário, poesia e roteiro cinematográfico. É nessa hibridação de linguagens que o leitor vai experienciar as vivências amorosas de Escobar assim como a sua estranha obsessão por uma poeta, nomeada apenas como R. Porém, o grande eixo da narrativa está na amizade entre o protagonista e o melancólico Bruno, homossexual não assumido que vive uma paixão platônica por um amigo do trabalho.