Um congresso de pedregulhos e seixos; odes a insetos e personagens de anime; um Deus avesso a teologias e poemas de amor que podem ser lidos de trás para a frente. Essa mistura improvável, em igual parte lirismo e jogos de forma, é o que compõe o genoma de Insira uma ficha e pressione este botão se quiser ver a luz do dia, segundo livro de poemas de Felipe Fortaleza. Tratam-se de poemas escritos, editados e redescobertos durante a pandemia. Na impossibilidade de ver a luz do dia durante os períodos de necessário isolamento social, restou ao poeta a opção de brincar com os versos e as permutações sentimentais como quem brinca com máquinas de fliperama, gastando fichas em atividades sem nexo (mas, por isso mesmo, cruciais). O primeiro terço do livro contém os versos mais lúdicos e as realidades mais fragmentadas. No impronunciável poema bn???d??o?, um livro contém todas as histórias e os futuros, inclusive os do leitor que o lê; em O jogo engraçado, regras que desaparecem (...)