Um livro poderoso, aclamado pela crítica e que herda conceitos de Crime e Castigo, de Dostoievski, O Livro Das Provas, de John Banville, é um romance escrito na forma de uma confissão. Indicado para o Booker Prize e ganhador do Guiness Peat Award, O Livro Das Provas disseca a mente de um psicopata. Primeiro título de uma trilogia consagrada, O Livro Das Provas é a apologia em primeira pessoa do ex-matemático Freddy Montgomery, de 38 anos, a partir da cela de uma prisão irlandesa. Enquanto espera o julgamento, descreve a rotina penitenciária, rumina sua vida e convida o leitor às suas fantasias. Freddie cometeu dois crimes. Roubou uma pintura holandesa do século XVII de uma família de amigos ricos e assassinou a empregada que o apanhou em flagrante. Ele tem pouco a dizer sobre a mulher morta. Ele a matou, diz, porque foi fisicamente capaz disso. Tem plena consciência de que atingiu a cabeça da vítima com um martelo. O que não consegue entender e gostaria desesperadamente de saber é por que ficou tão mobilizado pelo retrato de uma mulher de meia-idade que se sentiu compelido a roubar, colocando assim, o leitor cara a cara com a refinada psicopatologia de um criminoso. Enquanto aguarda o julgamento ele escreve este "livro das provas". Banville brinca com os gêneros, misturando confissão, especulação e fantasia no mesmo plano de uma narrativa chocante e provocativa. Apresentando o discurso de um assassino, o autor nos remete a uma eloqüente herança pós-modernista e o leitor se pergunta quanto deste depoimento é verdade e quanto seria invenção de um homem em desespero.