Heroína, perdulária, megera, devoradora de homens? A autora reconstrói a trajetória de Chica da Silva, desmonta o estereótipo de sensualidade que a acompanha e mostra como Chica se inseriu na sociedade das Minas Gerais do século XVIII por meio do conRomances, cinema, televisão conferiram a Chica da Silva uma imagem de mulher sedutora, mas Júnia Ferreira Furtado mostra que a vida da ex-escrava, nascida no arraial do Tejuco, atual Diamantina, contradiz o mito. A autora distingue a personagem histórica dos estereótipos a que foi reduzida e revela particularidades sobre os costumes da sociedade mineira colonial, o cotidiano das mulheres forras e as relações raciais nas Minas Gerais do auge da mineração. Amparada em documentação de arquivo do Brasil, de Portugal e dos Estados Unidos, Júnia Ferreira Furtado mostra como Chica não foi exceção, mas um exemplo, da grande camada de mulatos e negros forros que procuravam diminuir o estigma da cor e da condição de ex-escravos. Descobre, assim, a personagem histórica Francisca da Silva de Oliveira.