Os ensaios aqui reunidos comemoram o centenário de um dos textos, a um só tempo, mais instigantes e mais incomprendidos de Sigmund Freud, cujo tema de fundo, a sexualidade, considerada por ele o mais relevante dos fatores etiológicos do nervosismo moderno e, como se verá, do nervosismo dos dias de hoje, continua a dividir os sujeitos em face de seus desejos, mas também de suas aspirações e, em casos menos felizes, de suas reivindicações. Configurada pela linguagem e, de vários pontos de vista, já francamente desvinculada da reprodução da espécie, a sexualidade freudiana propaga sua novidade, sem jamais envelhecer, a despeito das incontáveis transformações culturais que o mundo ocidental tem experimentado nas últimas dez décadas. A comemoração que se lerá tem dois pontos altos. O primeiro é a nova tradução do texto de Freud, feita diretamente do alemão, que procurou se valer do tom cotidiano empregado pelo autor; o segundo ponto é o diálogo estabelecido por dez psicanalistas que [...]