Um Frankenstein tecnológico ameaça-nos. Ou, pelo menos, assim o cremos. Vivemos num mundo de máquinas: para fabricar, para transportar, para pensar... A fim de evitar a catástrofe iminente, contamos com a comunicação: conceito mágico, agente invasor ou nova ciência litúrgica do século XXI? A comunicação - sob todas as suas formas - irá salvar a sociedade? Numa sociedade como a nossa, que já não sabe comunicar consigo mesma, cujos valores se alteram, cujas leis se dissipam e cuja coesão interna é posta em questão, o factor comunicação assume uma relevância inédita em termos históricos. À comunicação cabe hoje a tarefa desesperada de religar os diversos sectores da sociedade, mergulhados na cegueira da especialização, na fragmentação e na confusão de valores. É sobre esta nova ciência - com as suas escolas, os seus laboratórios e profetas - que Lucien Sfez faz incidir a sua análise sistemática e a sua crítica radical.LUCIEN SFEZ, professor de Ciências Políticas na Universidade de Paris I, Panthéon-Sorbonne, é autor de variadas obras sobre ciência política.