Com o passar do tempo o homem percebeu que certos solos duros, mas que ficam moles com água - que eram chamados barro e que hoje, numa linguagem erudita, chamamos solos argilosos - poderiam ser usados, desde que umedecidos, e até torneados, desde que com cuidado, virando peças de adorno, ou podiam ser usados, associados a outros materiais, na construção de casas. As nossas casas de pau a pique e certas casas da época do Brasil Colônia tinham suas paredes feitas de barro (solo argiloso) cru. Casas dessa época construídas com barro socado, eram conhecidas como casas de taipa de pilão, pois eram apiloadas na construção de suas paredes. Um dia, em épocas remotas, um desses adornos ou peças, deve ter caído numa fogueira e, assim, nasceu um novo produto, a argila queimada, muito mais resistente que o barro cru. Nascia a tecnologia chamada cerâmica e, então, o homem começou a fabricar vasos, potes, pratos e outros objetos de adorno. Nós brasileiros temos, no norte do país, a famosa cerâmica marajoara que usava o solo argiloso para produzir peças também levadas ao forno (fogueira). A partir da cerâmica queimada nascem os tijolos e as telhas. Com o surgimento do mais resistente tijolo nasceu a ideia de construir casas com dois ou até três pavimentos. Aí descobriu-se outra coisa. Casas com um só pavimento, como as casas de pau a pique ou térreas, em geral, podiam ser construídas em quase todos os locais secos. Quando a construção passa a ter vários pavimentos, alguns terrenos de apoio recalcavam (afundavam parcialmente), e para resolver esse problema surgiu a tecnologia das fundações. Quando o homem começou a abrir estradas, outros problemas com os solos apareceram e, aí, a Mecânica dos Solos, então extremamente inicial, também começou a se desenvolver. Por tudo apresentado, vemos a importância de estudar, nos cursos de construção civil, a relação entre o ser humano e o solo que o cerca.