APOLOGIA DE SÓCRATES. Nesta edição com o texto em gregoNos Diálogos de Platão exercita-se a maiêutica ou parturição das idéias,que é o método socrático para a busca da verdade. Sócrates é o condutor dos diálogos e através de suas indagações leva o interlocutor a "dar a luz" ao conhecimento sobre as mais diversas matérias.Para Sócrates a verdade encontra-se latente em todos os homens e não é um patrimônio, privilégio ou mesmo uma descoberta do homem sábio. E mediante o auto-conhecimento possibilitado pela maiêutica que a verdade é instaurada.Em Eutífron investiga-se a verdade sobre a religiosidade, em Críton persegue-se a verdade acerca do dever, em Fédon procura-se a verdade ou conhecimento da alma. Na Apologia de Sócrates (acompanhada nesta edição do texto em grego), Platão nos apresenta seu próprio mestre Sócrates defendendo-se das graves acusações que o condenaram à morte pela cicuta, entre elas a corrupção dos jovens, o desacato às leis e a não-submissão aos deuses.O paradoxo sublime da auto-defesa de Sócrates é esta visar a sobrevivência e soberania dos princípios do filósofo e não sua absolvição, safando-se ele da pena de morte. Sócrates e Platão viveram o período áureo da civilização grega antiga, sob o império de Péricles, com a prática da plena democracia em fase de intenso desenvolvimento das Cidades-Estados gregas após a vitória sobre os persas. Arte e filosofia floresciam simultaneamente. Referimo-nos ao séc IV a.C.Os Diálogos, que compõem a seleção feita neste volume, foram escritos por Platão numa época em que Atenas se destacava no mundo grego, seguindo-se a um período de grandes sacrifícios e empenhos ligados à dura guerra entretida contra os persas. O próprio Sócrates participara dessa guerra. Diferentemente de seu discípulo Platão, herdeiro da aristocracia ateniense, Sócrates não contava com a ascendência nobre e não pertencia aos círculos aristocráticos. Teria chegado, já na juventude, ao convívio dos ricos e poderosos, salientado-se nas discussões políticas, provavelmente graças à intermediação de Arquelau, discípulo de Anaxágoras.