Schopenhauer pretende solidificar, por um lado, a concepção do amor sexual enquanto manifestação a mais direta da essência do mundo, a vontade cega de vida, sedenta por existência, por outro, a morte enquanto mero desaparecimento do organismo gerado no ato sexual, apenas ao fenômeno, não ao ser íntimo de cada particularidade. Em realidade, vida e morte, num jogo incessante, são emanações dessa única e mesma Vontade como coisa-em-si, da qual o mundo multifacetado diante de nós é mero espelho. Embora o ponto de partida teórico do filósofo seja pessimista, o objetivo de suas exposições, por vezes demasiado cruas, é, por assim dizer, terapêutico, ou seja, trata-se de um pensamento trágico no sentido aristotélico do termo.