O objetivo dessa obra é oferecer subsídios para se repensar a inserção do território e do ambiente nas políticas públicas espaciais e seus instrumentos. Inserção que não se faz sem romper com as visões segmentadas do espaço e sem compreender, nas palavras de Milton Santos, "o espaço como totalidade". Tais visões, freqüentes em vários recortes teóricos, vêm sendo transferidas para as políticas espaciais. Portanto, a essência da problemática examinada no livro advém da constatação de que o espaço e, conseqüentemente, o território e o ambiente vêm sendo maltratados nas políticas especiais no Brasil. Há, por que não dizer, uma flagrante alienação sobre a importância do espaço. Ainda hoje predomina um descompromisso do Estado e da sociedade para com o espaço, pois impera uma atuação setorial que, em nome da objetividade, da eficiência e da racionalização, privilegia programas e projetos pontuais. Não se planejam nem se formulam políticas articuladas a um Projeto de Nação. Aqui, longe de reificar o espaço, ao se criticar esse tipo de visão, segure-se uma abordagem relacional entre as políticas espaciais e entre os seus inúmeros instrumentos.