A história do samba carioca muitas vezes se confunde com histórias pessoais, não por acaso: um bom sambista vive mesmo para o samba. Este é o caso de Hildemar Diniz, ou melhor, Monarco. Em décadas de bom serviço prestado à música, Monarco é um registro vivo não só de momentos importantes do samba, mas também de um modo de compor que não pode ser aprendido de outra forma a não ser no contato com os mestres. Monarco foi ele mesmo um destes aprendizes, dos melhores e mais dedicados algo que se reflete em suas composições. Mesmo em sua juventude, escolheu fazer o samba de outrora ao invés do samba dos seus contemporâneos. Reverenciador dos mestres, trabalhou para resgatar músicas e autores que haviam se perdido no tempo. Fiel portelense, soube distribuir seu talento para além de Oswaldo Cruz e Madureira, se abrigando até, quem diria, na Mangueira. Neste Perfil, Henrique Cazes nos mostra este sambista determinado e capaz de superar diversas dificuldades, intérprete dono de um timbre privilegiado, inovador mas com o pé fincado na tradição e, principalmente, constantemente apaixonado pelo seu ofício de artesão de melodias.