Tentem olhar. Tentem para ver como é. Charlotte Delbo (1913-1985) diz isso a nós, leitores de outros lugares e outros tempos, ao descrever algumas das cenas terríveis presenciadas no campo de concentração de Auschwitz, num dos testemunhos mais impressionantes do Holocausto já publicados em livro. Auschwitz e depois chega em edição da CARAMBAIA, com tradução de Monica Stahel e posfácio de Márcio Seligmann-Silva, em sua primeira edição no Brasil. A obra se distingue de outros relatos célebres sobre os campos de concentração por pelo menos dois motivos: ter sido escrito por uma mulher e a razão pela qual a autora foi presa, a atividade política era militante comunista e membro da Resistência durante a ocupação da França pela Alemanha nazista. É uma leitura desafiadora, que quase recusa o status de documento histórico ao adotar uma narrativa do presente, entremeada de textos em versos e vinhetas sem título. [...]