Um território sempre é delimitado, construído e desconstruído por relações de poder que envolvem uma gama muito grande de atores que territorializaram suas ações com o passar do tempo. Sendo assim, pode ser visto como hipotético? Como é possível se admitir, independentemente de ser verdadeiro ou falso, um princípio a partir do qual seja possível deduzir determinado conjunto de consequências? Um território pode ser visto como uma especulação ou uma possibilidade de acontecimentos? Neste estudo, a região sudoeste de Goiás aparece como um entre lugar, uma possibilidade, um quase que poderia ser qualquer coisa. Um ponto entre tensões de vetores localizados no Triângulo Mineiro, no Mato Grosso e em Goiás. Sobre o território físico, outros se sobrepuseram, menos materiais. Todo um conjunto de aspirações, medos e modos de viver de uma comunidade moldada por zonas fronteiriças e em contínua metamorfose. Um microcosmo ávido pela modernidade e disposta a pagar o preço para conquistá-la. Articulando ações em sua vida política e econômica ao mesmo tempo em que se esforçava para participar dos projetos nacionais. Vivenciando as contradições entre a cidade e o campo, entre o urbano e o rural, entre o público e o privado e entre a modernidade e a tradição. Como em outros lugares, participou da aventura da modernidade travestida de progresso a mudar a vida dos homens do sertão.