Ceci n’est pas um livro de amor. O que Hugo Lorenzetti Neto nos entrega em seu A máquina extraordinária é um exorcismo de quaisquer doçuras e tons pasteis que porventura sintam ainda os apaixonados que seguram este livro. O spoiler do livro seria: ‘foge, leitor, da voz gostosa e da mão veiuda; foge, que é cilada’. Mas como todo bom livro necessariamente se contradiz, o spoiler só se completaria com sua outra face: ‘mas foge devagarinho, indo-sem-querer-ir’. Ou ainda: ‘Deus me livre, mas quem me dera’.