Num mundo perfeito, onde tudo já estivesse pronto e acabado (um desses mundos imaginados pelos filósofos ou vislumbrados pelos místicos) não haveria verbos - ou melhor, haveria um só verbo, ser. Tudo seria, pura e simplesmente. "Eu sou o que sou", disse Deus para Moisés. Mas no mundo imperfeito do vir-a-ser tudo gira em torno dos verbos: o universo surge em grande explosão (Disse Deus: haja luz), expande-se, diversifica-se. Os seres vivos crescem e se multiplicam. Verbo é vida: amar, sentir, sofrer. Aos verbos, portanto!