A Primeira Pessoa é um livro que traz em si a duplicidade, não apenas de dois narradores, ambos enfrentando perdas difíceis em sua vida pessoal, mas também de temas universais e atemporais, como o amor, a morte e a amizade, ao lado de problemas essencialmente contemporâneos, como a esfera pública virtual, a privacidade e a reputação em tempos de redes sociais, o inferno das drogas e uma epidemia de depressão. Os dois personagens que, nessas páginas, o leitor conhecerá tão intimamente, sofrem tragédias que lhes arrancam de seu cotidiano feliz, restando-lhes apenas ostracismo e melancolia. O leitor os encontra exatamente quando começam a superar o luto e se preparar para reiniciar a vida em outras bases, sem deixar de refletir sobre aquilo que vivenciaram, humanizados pela experiência de sofrimento. Essas duas histórias, em maior ou menor grau, pertencem a todos nós, pois o que é a vida humana senão uma sucessão constante de perdas e recomeços?