Em 1976, a ensaísta e romancista Susan Sontag tinha quarenta e três anos e uma carreira consolidada. Enquanto se recuperava de uma mastectomia radical, contratou a recém-formada Sigrid Nunez para datilografar sua correspondência. Em meio a essa convivência, Nunez e David Rieff, filho de Sontag, começaram a namorar. Não demorou para que o icônico apartamento de Sontag em Manhattan se tornasse também a casa de Nunez por pouco mais de um ano. Sempre Susan é o retrato íntimo de uma das figuras culturais mais estimadas de seu tempo. Não se trata de uma biografia, mas do caleidoscópio de lembranças que Sigrid Nunez formou sobre Susan Sontag e, como tal, segue o movimento da memória: elíptico, lacunar, sem ordenação, sem conexões óbvias. Ao longo do texto, observa-se a um só tempo uma Nunez espectadora privilegiada dos momentos de intimidade e descontração de Sontag; ouvinte atenta de desabafos e ponderações da intelectual, bem como de observações ferinas; [...]