As migrações internacionais, que fazem já parte da globalização, afetam todas as regiões do mundo e todas as categorias sociais, remodelando as sociedades contemporâneas, cada vez mais pluralistas, com importantes processos de socialização. Manifestam-se em todos os sentidos: Sul-Norte, Norte-Sul e Sul-Sul. Os fluxos migratórios Sul-Norte, ou de países em desenvolvimento para os Estados Unidos e a Europa deram lugar a uma extensa literatura, o que não acontece com a recente, e não menos importante o crescente surgimento de migrações Sul-Sul, muito pouco analisadas pela ausência de uma literatura consistente - com exceção do último trabalho de Wihtol de Wenden (2013) -, migrações em que as dinâmicas africanas são centrais para esta região, caracterizada pelas turbulências migratórias das últimas décadas, tanto no que diz respeito às migrações voluntárias (trabalho e diáspora qualificados ou "do conhecimento"), como as migrações forçadas ou refugiados. O presente trabalho, dedica-se, precisamente, à análise das migrações Sul-Sul, centrando-se no caso das migrações africanas no Brasil e em alguns países sul-americanos como Argentina, México e Colômbia, salientando a situação em que se encontram os imigrantes africanos nestes países, suas dificuldades e realizações, levando-se em conta os processos de sua exploração/inclusão a partir de seus novos modos de organizações sociais em seus países de acolhida.