Este livro transversaliza em sete capítulos a problematização do pesquisar como processo de criação, sendo o relato da pesquisa considerado objetivação de uma atividade criadora constituída dialogicamente. Uma vez publicizado, total ou parcialmente, em condições e formatos variados, esse relato se apresenta como obra a ser lida, degustada, devorada, deglutida. É, por conseguinte, obra que reinventa a própria vida, em vez de somente explicá-la ou compreendê-la, e que se apresenta como contrapalavra a fecundar palavras outras. É testemunho de um fazer ciência para o qual não há álibi, e em assim sendo não se apresenta o discurso do método singular como seu fundamento, mas as escolhas éticas e estéticas do pesquisador que se reinventa, bem como a realidade investigada no próprio processo de pesquisar e nas produções decorrentes, sejam estas escritas, imagéticas, orais... Destacando-se a dimensão inventiva do pesquisar, a ciência, na perspectiva apresentada neste livro, também é arte, já que ao compreender/explicar a vida, o/a pesquisador/a a reinventa através das teorizações produzidas e tecnologias que desta derivam.