Sabe-se que o currículo corresponde a uma seleção da cultura, realizada em um universo mais amplo de possibilidades. Ao enfatizar determinados saberes e ao omitir outros, essa seleção expressa uma posição político-ideológica que opera a favor dos interesses de determinados grupos. Presenças e ausências nos currículos resultam de disputas culturais e de embates em torno dos conhecimentos, das habilidades e dos valores considerados dignos de serem transmitidos e apreendidos, bem como dos significados que se deseja ver compartilhados. Questionar as discriminações nas escolas e nas salas de aula implica problematizar as categorias e os processos que as têm construído. Implica analisar razões e efeitos das ênfases e omissões referentes a saberes, significados e identidades. Nessa coletânea abordam-se tais questões, procurando estimular posicionamentos e procedimentos, no currículo e na formação docente, que possibilitem reduzir a opressão e que favoreçam a construção de uma escola mais democrática.