[...] Os contos circulam em uma geografia quase bucólica: casas, portões, quintais, vizinhos, parentes, pais e filhos, mães na cozinha, árvores, silêncio. No limite entre o idílio rural remanescente e a violência seca das cidades grandes, todo pensamento é físico, e quando chega quase à abstração, como no excelente Umbilical, um dos mais belos momentos do livro, é como se reencontrássemos uma essência natural na vida, essência sempre generosa, cujo fim é comunhão. Dias raros nos dá o prazer de reencontrar fios perdidos da memória, ao acaso da ficção, numa sintonia entre linguagem e mundo que as antenas do autor deixam entrever em sua delicada prosa.LV-SS: DIAS RAROS