Este livro de verdes poemas e poemas verdes traz com ele um segredo, segredo carregado dentro de um peito cujo calor transita entre duas metrópoles, São Paulo e o Porto, e que convoca o leitor a desvendá-lo. A voz poética, firme e sutil, é a grande entrega da autora, que oferece em seu primeiro livro aquilo que ela, pessoalmente, tem de melhor e mais valoroso: o seu existir e a sua forma de olhar as coisas intangíveis, deixando fluir as fragilidades do desconforto mas a beleza incontestável da existência. Como autora, carrega consigo a sacola da vida. Bióloga, educadora popular, pode ser generosa, paciente, didática ou jogar as bombas no front, quando é preciso. Por isso, empresta à sua poética a sapiência de quem conhece todas as formas de confronto, de quem sabe que guerra se faz com flores e coquetéis molotov, com pão e com poemas; e escreve verde porque verde é, e escreve para tornar verde aquilo que sempre o foi, mas deixou de ser, porque foi desfeito o verde que lá estava.(...)