O que é o Clube dos Saberes para o Arthur? É “um processo de autoprodução e de produção do outro. . . não é somente um saber-fazer ou um saber a respeito das coisas. . . é a sustentação da reciprocidade, na qual, como dissemos, cada um é ao mesmo tempo ofertante e demandante de saberes”. Com essa noção o autor consegue embaralhar papéis sem sugerir o caos. O Clube dos Saberes é um espaço em que profissionais, pacientes e comunidade se apoiam mutuamente. O efeito terapêutico é diluído para ganhar em potência, em eficácia e em durabilidade. Não se trataria de um equipamento substitutivo ou alternativo a outros, mas de um recurso adicional para a construção de saúde e de cidadania. Saúde das pessoas e das instituições. Ele trabalha com o objetivo ambicioso de despiramidalizar os saberes e os lugares institucionais clássicos sem provocar desresponsabilização e sem apagar as diferenças; pelo contrário, o Clube valoriza as diferentes potências e os distintos acúmulos das pessoas e das culturas. Como Pichon-Rivière, ele aposta que com a organização e a oferta sistemática dessa diversidade possam ocorrer mudanças no “conjunto de experiências, conhecimentos e afetos”.