***Abrindo o círculo do corpo do trovão somos invocados por uma voz ora amorosa, ora raivosa, pela entonação pressagiadora. A oscilação é justificada pela eminência semântica do apocalipse humano, redimida em versos glorificantes sobre flores, ervas, bichos e depressões terrenas, dramatizando bem mais que seus suaves espíritos elementais, já que corporifica a própria corda vocal do poeta retinindo no címbalo de nossos tímpanos leitores, também atônitos pelo veredito da morte anunciada, que, nas estrofes, se apresenta como alguma música eletrônica de arranjos experimentais, extremamente calculados para se adequarem ao ritmo difuso da junção de mitologia, ecologia e rotina humana, sempre melancólica por entender-se efêmera e predadora.