Desz mandamentos é o título do livro. Se o desmando é definido como ato de indisciplina, transgressão de ordens, desobediência, nada mais adequado do que pensar o mandamento pelo seu avesso! E isso não porque o nosso tempo se tenha colocado sob o signo do imperativo da inversão de valores, mas porque ainda é humano - demasiado humano! - seguir normas justamente porque se pode transgredi-las. No fundo - e na face - é isso que o leitor encontrará neste livro: um conjunto de aproximações, surpreendentes e singelas, às possibilidades e aos limites do modo humano de ser, naquilo mesmo que o constitui como humano de ser, naquilo mesmo que o constitui como humano, isto é, nas suas relações: com o Outro e os outros, com o mundo e consigo mesmo. De fato, os des/z madamentos não são mais do que a transcrição do que há de mais radicalmente humano no homem: a sua capacidade de ser livre e de ter razões para sê-lo.