1964 Uma Bomba na Escuridão deve ser lido como o diário de quem viveu e guardou o peso de um período duro, muito recente. O título retrata bem a síntese de um romance forte, amargo e pessoal. Época difícil, origem simples, convivência determinada pela fuga. Cada personagem reflete, se angustia, delira, seguindo para mais um desafio. Como definir o futuro? Como cada um definirá sua vida adulta, recém-iniciada? O que fazer para sobreviver ao que se apresenta? Com delicadeza e atenção, João Batista de Andrade nos traz imagens e palavras de um tempo recente, com toda a sua violência, traduzindo seus sentimentos, suas impressões, sua esperança e sua sincera e dolorosa memória. Ler este romance cinematográfico nos permite ver, sentir, quase vivenciar o que os jovens em sua busca por caminhos, ideias, relacionamentos estão, a cada momento, apresentando. 1964 - Uma Bomba na Escuridão deveria ser um roteiro para o cinema. Obrigada, João Batista de Andrade. Bete Mendes Atriz