Joaquim Nabuco foi uma figura dominante na vida literária, intelectual e política brasileira na última fase do Império e, após 1889, nas duas primeiras décadas da República. Foi defensor dedicado da Abolição e sua atuação na diplomacia brasileira deu ao país lugar de destaque na política internacional. Entretanto, passou quase metade da vida adulta fora do Brasil: viveu na Europa a maior parte do tempo em Londres, mas também Paris e Roma e nos Estados Unidos, entre Washington e Nova York. O britânico Leslie Bethell é um brasilianista que estuda a personagem histórica e sua trajetória há 40 anos: diversos aspectos de sua biografia já foram abordados pelo pesquisador em textos publicados ao longo desse período. Agora, a trajetória do político e intelectual é reunida no livro Joaquim Nabuco no mundo Abolicionista, jornalista e diplomata, um lançamento da Editora Bem-Te-Vi. A publicação reúne em quatro capítulos versões revisadas e ampliadas de artigos e ensaios de Bethell sobre Nabuco. Na introdução, o autor descreve os períodos de residência de Nabuco na Europa e nos Estados Unidos, desde a primeira visita à França, Suíça, Itália e Inglaterra em 1873-4, aos 24 anos, até a fase como primeiro embaixador do Brasil em Washington (1905-10). O Capítulo 2 reúne um ensaio que examina seu papel como principal abolicionista brasileiro e sua participação na abolição definitiva da escravidão no Brasil, em 1888, com ênfase na comparação com a escravidão e abolição nas Américas e nos esforços de Nabuco, durante a década de 1880, para mobilizar a opinião internacional em defesa da causa abolicionista no Brasil. O Capítulo 3 aborda uma atividade pouco estudada e mesmo conhecida de Nabuco: a de correspondente estrangeiro em Londres. Da capital britânica, escreveu, em diferentes ocasiões (entre 1881 e 1892) para três jornais cariocas: Jornal do Commercio, O Paiz e Jornal do Brasil, bem como para o La Razón, de Montevidéu. Como jornalista, Nabuco chamou a atenção do público brasileiro para as questões principais da política britânica e internacional da época: a reforma da política inglesa, a Questão Irlandesa (expressão usada para falar sobre o nacionalismo irlandês e os apelos a sua independência), o Egito, o Sudão e a África do Sul, além das relações entre as grandes potências europeias. O último capítulo trata de ensaio sobre o papel de Nabuco como diplomata e homem de Estado, sobretudo por suas opiniões sobre as relações do Brasil com a Europa, com a América espanhola e, principalmente, com os Estados Unidos. Ele buscaria, por exemplo, estreitar as relações entre os dois países porque entendia que o Brasil se encontrava sem defesa contra o assédio do imperialismo europeu, num conceito muito particular de Panamericanismo. Joaquim Nabuco é um pensador raro na história brasileira, cujos feitos eram motivados pela compaixão pelos oprimidos, sejam os escravos no Brasil, seja uma América sob ameaça do poder europeu.Joaquim Nabuco foi uma figura dominante na vida literária, intelectual e política brasileira na última fase do Império e, após 1889, nas duas primeiras décadas da República. Agora, a trajetória do político e intelectual é reunida no livro Joaquim Nabuco no mundo - Abolicionista, jornalista e diplomata, um lançamento da Editora Bem-Te-Vi. A publicação reúne em quatro capítulos versões revisadas e ampliadas de artigos e ensaios de Bethell sobre Nabuco. Joaquim Nabuco foi um pensador raro na história brasileira, cujos feitos eram motivados pela compaixão pelos oprimidos, sejam os escravos no Brasil, seja uma América sob ameaça do poder europeu.