No princípio, era o verbo, solitário, no coração das trevas. E, uma vez enunciado, não unicamente para si, mas para o outro, fez-se a luz da comunicação. O verbo tornou-se comum. Abriu-se como o mar para o encontro dos homens e suas empreitas. Mundos descobertos, maravilhas expostas e, de repente, a incomunicabilidade. Tantas vozes e nenhuma música. Ruídos, rumores, rugidos. Uma infinidade de cursos e discursos isolados, desconexos, sem aglutinação. Palavras ao vento, cenas vazias, ideologias coaguladas. O não-dito ocupando o lugar do dito cujo. Caos, entropia. Comunicação com mil vetores e, no entanto, sem sentido.