A autora estuda a obra do escritor francês Stendhal (1783-1842), convidando o leitor a uma viagem pela Itália, guiada pelos romances Crônicas italianas e A cartuxa de Parma, que vêem aquele país como um universo de tristezas e felicidades extremas. Stendhal chamava-se na verdade Marie-Henri Beyle. Sua admiração sem limites pelo autor de história da arte da Antigüidade, Winckelmann, fez que mudasse seu nome para elogiar a cidade natal do erudito alemão. A paixão de Stendhal pela Itália, que Leila de Aguiar apresenta com igual dose de amor e rigor neste livro, descende, portanto, da mesma linha que alimentou Goethe, outro viajante pela Itália e admirador de sua natureza. Para Stendhal o "eu puro, livre, autêntico" e, sobretudo, "sensível", que ele desenhou na alma de seus personagens italia-nos, serviu antes de mais nada para - na trilha de Rousseau - criar um contraponto aos tons cinza do indivíduo da "civilização do Norte". Neste livro acompanhamos nas paisagens anímicas e naturais das Crônicas italianas e de A cartuxa de Parma a encenação desse indivíduo que se afirma a partir de suas paixões. Stendhal transformou esse drama do indivíduo moderno na pura essência da literatura. (Marcio Seligmann-Silva)A autora estuda a obra do escritor francês Stendhal (1783-1842), convidando o leitor a uma viagem pela Itália, guiada pelos romances Crônicas italianas e A cartuxa de Parma, que vêem aquele país como um universo de tristezas e felicidades extremas. Stendhal chamava-se na verdade Marie-Henri Beyle. Sua admiração sem limites pelo autor de história da arte da Antigüidade, Winckelmann, fez que mudasse seu nome para elogiar a cidade natal do erudito alemão. A paixão de Stendhal pela Itália, que Leila de Aguiar apresenta com igual dose de amor e rigor neste livro, descende, portanto, da mesma linha que alimentou Goethe, outro viajante pela Itália e admirador de sua natureza. Para Stendhal o "eu puro, livre, autêntico" e, sobretudo, "sensível", que ele desenhou na alma de seus personagens italia-nos, serviu antes de mais nada para - na trilha de Rousseau - criar um contraponto aos tons cinza do indivíduo da "civilização do Norte". Neste livro acompanhamos nas paisagens anímicas e naturais das Crônicas italianas e de A cartuxa de Parma a encenação desse indivíduo que se afirma a partir de suas paixões. Stendhal transformou esse drama do indivíduo moderno na pura essência da literatura. (Marcio Seligmann-Silva)